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O início do uso da realidade virtual (RV) na reabilitação remonta aos anos 90, quando a tecnologia começou a ser explorada além dos campos de jogos e entretenimento. A ideia de utilizar RV para fins terapêuticos surgiu da necessidade de criar ambientes controlados e seguros onde pacientes pudessem realizar exercícios de reabilitação de forma envolvente e interativa. Inicialmente, a tecnologia era cara e complexa, o que limitava sua acessibilidade e aplicação prática em larga escala.


A RV é uma simulação computacional que permite criar ambientes reais com alta tecnologia para convencer o usuário de que ele está em uma realidade diferente, permitindo uma interação completa com o ambiente criado virtualmente. Esta interação com imagens gráficas tridimensionais permite uma percepção de imersão envolvendo os 5 sentidos e assim torna a experiência sensorial abrangente e realista.



Os primeiros estudos mostraram resultados promissores, incentivando pesquisadores e profissionais da saúde a investir na evolução dessa ferramenta. Nos primeiros experimentos, a RV foi utilizada principalmente para recuperação de movimentos após acidentes vasculares cerebrais e lesões traumáticas. Pacientes eram imersos em ambientes virtuais onde podiam realizar exercícios específicos de fisioterapia, muitas vezes transformando tarefas repetitivas em atividades lúdicas e motivadoras. Essa abordagem demonstrou não apenas melhorar o engajamento dos pacientes, mas também acelerar a recuperação motora, devido ao feedback visual e auditivo imediato fornecido pelo sistema de RV.


À medida que a tecnologia de RV avançava, tornou-se possível criar simulações mais sofisticadas e acessíveis. Instituições de saúde começaram a integrar essas ferramentas em seus programas de reabilitação, tanto em ambientes hospitalares quanto em clínicas de fisioterapia. A RV não só complementava os métodos tradicionais, mas também oferecia novas possibilidades para a reabilitação através de estratégias de dupla-tarefa, ajudando na recuperação cognitiva e física simultaneamente.


Hoje, a realidade virtual na reabilitação é uma área em constante crescimento, com um crescente número de entusiastas e pesquisadores na área que buscam por comprovações cientificas mais robustas e que apoiam sua eficácia. A disponibilidade de dispositivos de RV mais acessíveis e a criação de conteúdos terapêuticos cada vez mais personalizados têm permitido que mais pacientes se beneficiem dessa tecnologia inovadora. O início dessa jornada foi marcado por desafios técnicos e altos custos, mas a perseverança dos pioneiros na área tem resultado em uma ferramenta que transforma a reabilitação, tornando-a mais eficiente, envolvente e acessível.


Referências:

MONTERO, Edna Frasson de Souza; ZANCHET, Dinamar José. Realidade virtual e a medicina. Acta Cirurgica Brasileira, [S.L.], v. 18, n. 5, p. 489-490, out. 2003. FapUNIFESP (SciELO). http://dx.doi.org/10.1590/s0102-86502003000500017.

MONTEIRO, Carlos Bandeira de Mello. Realidade virtual na paralisia cerebral. São Paulo: Plêiade, 2011.

TORI, Romero; HOUNSELL, Marcelo da Silva (ed.). Introdução a Realidade Virtual e Aumentada. Porto Alegre: Sbc, 2018.

UNES, Fátima de Lourdes dos Santos; COSTA, Rosa Maria Esteves Moreira da; MACHADO, Liliane dos Santos; MORAES, Ronei Marcos de. Realidade Virtual para saúde no Brasil: conceitos, desafios e oportunidades. Revista Brasileira de Engenharia Biomédica, [S.L.], v. 27, n. 4, p. 243-258, 2011. Editora Cubo. http://dx.doi.org/10.4322/rbeb.2011.020.

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